O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu interromper um inquérito civil de improbidade administrativa em curso na primeira instância do Ministério Público Federal de Alagoas. O objetivo da investigação era apurar possíveis irregularidades relacionadas às emendas parlamentares do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A informação foi divulgada pelo jornalista Aguirre Talento, do UOL.
O foco da investigação era a análise dos repasses realizados por meio do chamado “orçamento secreto”, no qual Lira teria direcionado recursos para a estatal Codevasf, com o propósito de realizar obras de asfaltamento em áreas próximas a duas de suas propriedades rurais em Alagoas. Importante ressaltar que a Codevasf é uma empresa estatal criada originalmente para promover o desenvolvimento da região do rio São Francisco, no Nordeste, mas que, devido a influências políticas, conta com indicados do chamado “Centrão”.
Augusto Aras optou por assumir a investigação de improbidade administrativa em seu próprio gabinete, retirando-a da alçada da primeira instância. Essa decisão foi tomada de maneira confidencial na semana passada. Com isso, o caso deixará de ser conduzido pelo procurador de primeira instância e passará a ser processado na Procuradoria-Geral da República (PGR), seguindo o ritmo determinado por Aras. Além disso, o procurador determinou que a parte criminal da investigação também fosse encaminhada à PGR.
No despacho, Aras justificou: “Embora inicialmente pareça estar voltada para a detecção de ‘possíveis violações previstas na lei de improbidade administrativa’, a investigação tem sido direcionada, desde o início, para a apuração dos fatos sob a perspectiva criminal”.
Fonte: Extra Alagoas
