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Levantamento DataSus: Municípios de Alagoas inflam números do SUS e aumentam tetos de emendas

Alagoas não sai do cenário nacional quando o assunto remete à irregularidades na administração pública. Desta vez, o país acordou com a informação de que Municípios do estado que são redutos do Centrão, inflam números do SUS (Sistema Único de Saúde) e aumentam tetos de emendas. Isso ocorreu, pelo menos, nos últimos quatro anos do governo Bolsonaro. Um quarto dos 102 municípios alagoanos aumentaram em mais de 60% sua produção no SUS, na comparação entre o ano de 2019, pré-pandemia, e o de 2022.

Beneficiadas com R$ 800 milhões em emendas de relator recentemente, prefeituras alagoanas inflaram em até oito vezes os atendimentos que registraram no SUS muitas vezes de maneira desproporcional às populações locais ou com dados que não condizem com a realidade. As informações são do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, que fez o levantamento pelo DataSus, sistema do Ministério da Saúde.

Mas não é só a imprensa que está de olho nessas contas: a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) têm investigações abertas sobre os dados de produção do SUS em Alagoas. O aumento desses números permite, em tese, que as cidades ampliem o teto de repasses que recebem do Ministério da Saúde e assim sejam destinatárias de mais dinheiro por meio de emendas parlamentares.

Municípios como Roteiro, Feira Grande, Barra de São Miguel, entre outros, informam números de atendimentos, consultas, suturas, administrações de remédios e outros procedimentos que em alguns casos superam até a capacidade de atendimento das equipes de saúde das cidades, segundo as irregularidades apuradas.

O aumento de produção para o SUS nesses Municípios fica na cada de dois dígitos. Alguns exemplos são: Jaramataia (+557% de aumento), Mar Vermelho (+368%), Maragogi (+108%), Poço ds Trincheiras (+108%), Senador Rui Palmeira (+121%), Piaçabuçu ( + 116%), Satuba (+104%), Feira Grande (+254%), Ouro Branco (+218%), Olho d’Água do Casado (+189%), São Miguel dos Milagres (+144%), Messias (+98%), Roteiro (+96%). OS dados são do DataSus.

Pai do presidente

Barra de São Miguel foi constatado aumento de mais de 808% na produção, o maior nos registros do Ministério da Saúde. Administrada pelo ex-senador Benedito de Lira, pai do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, do PP. Há uma investigação do Ministério Público sobre o tema, segundo o Metrópoles. A administração de medicamentos, por exemplo, aumentou em 46 vezes, e os gastos são proporcionalmente altos. 

Em Feira Grande, cidade de 22,7 mil habitantes, foram registradas 282 mil suturas em 2022. É como se cada morador tivesse se acidentado, precisado de uma sutura e sido atendido pelo sistema de saúde local, em média, 12 vezes ao ano.

A reportagem conversou com a enfermeira-chefe de um dos postos de pronto-atendimento da cidade, Priscila Barbosa, elogiou o sistema de saúde onde trabalha. “Tem dia que tem que ter dois médicos atendendo aqui.” Mas estranhou o número de suturas no DataSUS, sistema de dados do SUS. Em um plantão incomum, bastante agitado, Barbosa lembrou que já viu até cinco acidentes em um único dia, com cinco suturas no total. 

Mesmo que todos os dias fossem assim, seriam 1.825 suturas no ano. O registro no SUS “pode estar errado”, reconheceu. A Secretaria de Saúde da cidade foi procurada, mas não respondeu.

Fonte: Extra Alagoas


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