Polícia

PF investiga se Abin espionou celulares sem autorização judicial

A Polícia Federal cumpre mandados nesta sexta-feira (20) para apurar supostas irregularidades na conduta de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a investigação, eles usaram sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.

O material divulgado pela PF não informa a data dos supostos crimes. A TV Globo apurou que as condutas teriam ocorrido durante a gestão Jair Bolsonaro, quando a agência era presidida pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem.

Ao todo, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal.

A TV Globo e a GloboNews também apuraram que:

  • além das buscas, há pedidos de afastamento do cargo de diretores atuais da Abin – que foram mantidos nos postos mesmo após a troca de governo;
  • foram presos dois servidores que, além de participar do uso ilegal dos sistemas, coagiram colegas para evitar uma possível demissão;
  • Bolsonaro e Ramagem não são alvos dos mandados.

A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como parte do inquérito das fake news. Os detalhes são mantidos em sigilo.

A Abin é o órgão responsável por produzir conteúdos que são repassados à Presidência da República para auxiliar em tomada de decisões. Na prática, a agência produz relatórios com conhecimentos estratégicos sobre ameaças e potencialidades para o país, tanto internas quanto externas.

O uso do sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, foi revelado em março pelo jornal O Globo.

Segundo a reportagem, a ferramenta permitia monitorar até 10 mil celulares a cada 12 meses – sem qualquer protocolo oficial ou autorização judicial.

A investigação

Segundo as investigações, a rede de telefonia brasileira teria sido invadida diversas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos. Para tal, era usado o sistema de geolocalização da Abin.

Além do uso indevido do sistema, a PF investiga a atuação de dois servidores da Abin — que em razão da possibilidade de demissão — teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar o processo demissional.

Os investigados podem responder por:

  • Crimes de invasão de dispositivo informático alheio;
  • Organização criminosa;
  • Interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.

g1


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