O pedreiro José Domingos Silva dos Santos, de 22 anos, padrasto do menino Pedro Lucas Santos, de 9 anos, foi preso em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. A Polícia Civil ainda não informou qual seria a suposta participação dele no crime. O menino desapareceu há mais de 2 meses.
Em nota, a defesa de José Domingos informou que ainda não teve acesso integral ao processo e das provas colhidas durante toda a investigação. O advogado Felipe Mendes disse que o cliente “sempre negou o cometimento de quaisquer crimes contra seu enteado e colaborou com a investigação, apresentando-se ao delegado de polícia todas as vezes que foi intimado”.
O advogado também que diz que José Domingos forneceu material genético espontaneamente, além de também permitir acesso irrestrito ao seu aparelho celular. “A Defesa e o representado acreditam na Justiça e confiam que as autoridades encontrarão a melhor resposta ao fato”, afirmou.
Cerca de duas semanas após o desaparecimento do menino, José Domingos falou com o g1 e chegou a pedir pistas sobre o enteado, reforçando o sofrimento da família. “Nós estamos meio abalados pela situação, a gente não esperava isso”, lamentou na época.
O mandado de prisão foi cumprido nesta segunda-feira (8), na casa da família. Segundo a polícia, equipes ainda estão em diligências complementares e, portanto, as informações da prisão e desdobramento das investigações só serão repassadas à imprensa na terça-feira (9), em coletiva.
A ordem judicial está disponível no Banco Nacional de Monitoramento de Prisão (BNMP) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No documento, é dito que a Justiça também autorizou busca e apreensão na casa da família, além de quebra de sigilo telefônico e dados eletrônicos.
Entenda o caso
O menino desapareceu no dia 1º de novembro de 2023, mas a família só procurou a polícia para denunciar a situação dias depois. Uma série de buscas foram realizadas para tentar localizá-lo, mas devido à falta de informações e evidências, o caso passou a ser investigado como homicídio em dezembro.
Em entrevistas ao g1, o delegado Adelson Candeo afirmou que a demora da família em denunciar o caso atrapalhou a polícia. Isso porque, muito tempo foi perdido até que se iniciassem as buscas. O padrasto e outros familiares prestaram depoimento mais de uma vez na delegacia, a fim de que as versões e relatos fossem checados a todo rigor.
No dia 18 de dezembro, a Polícia Científica fez perícia com reagentes químicos na casa da família e alguns vestígios foram encontrados. “Podemos observar que há vestígios, não podemos saber se há DNA ou não, ou se é DNA do Pedro Lucas”, explicou Breno Uchoa, perito da Polícia Científica.
“A família nunca foi afastada completamente. Quando há um local de convivência da vítima, esse trabalho é feito”, explicou o delegado.
O g1 pediu informações sobre a perícia e o prazo para o laudo, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Vídeo mostra menino caminhando próximo à casa da família no dia em que sumiu
Câmeras de monitoramento registraram Pedro Lucas caminhando pela vizinhança no dia em que desapareceu. O trajeto, segundo a polícia, indica que ele estava indo em direção a casa em que morava.
A mãe do menino, Elisângela Pereira dos Santos, chorou ao falar sobre o sumiço do filho e contou que sonha diariamente com o menino. Em entrevista à TV Anhanguera, ela disse acreditar que o menino esteja vivo.
“Eu sonho com ele todos os dias. Que meu filho vai aparecer no portão e chamar ‘mamãe’. Meu filho não está morto, não. Meu filho está vivo. Eu creio, porque sou mãe e sei””, desabafou a mãe.
Fonte: g1