Um levantamento divulgado pela Serasa Experian nesta terça-feira (19) revela que 64,9% dos consumidores inadimplentes em Alagoas conseguiram regularizar ou renegociar suas dívidas em até 60 dias após junho, mês utilizado como referência no estudo.
Apesar do índice positivo, Alagoas ocupa a terceira posição entre os menores percentuais no Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa. O Maranhão lidera como o estado com menor taxa de regularização, com apenas 55,9% dos inadimplentes quitando suas dívidas. Em seguida, aparece o Piauí, com 64,3%.
No outro extremo, Sergipe lidera o ranking de recuperação de crédito, com 73,5% de sucesso. Outros estados nordestinos com altos índices são Paraíba (72,7%), Ceará (71,5%) e Rio Grande do Norte (69,7%). Pernambuco (66,4%) e Bahia (65%) completam a lista.
Cenário Nacional
Na média nacional, 62,8% dos consumidores inadimplentes conseguiram regularizar suas dívidas dentro do prazo de 60 dias. No recorte por valor, os débitos superiores a R$ 10 mil apresentaram o maior índice de quitação (77,3%), enquanto os menores, de até R$ 500, ficaram com 58,5%.
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, explica a priorização de dívidas maiores:
“As dívidas mais caras geralmente estão associadas a financiamentos de veículos e imóveis, bens que podem ser perdidos caso os pagamentos não sejam realizados. Isso leva à priorização desses compromissos.”
Setores com Mais Regularizações
Entre os setores, “Bancos e Cartões” lideraram com 71,3% das contas inadimplentes regularizadas em até 60 dias. Em seguida, estão as contas de “Utilities” (água, luz e gás), com 69,9% de quitação.
O Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa considera o número de dívidas adicionadas ao sistema de inadimplência em cada mês específico. O prazo de 60 dias foi escolhido como padrão por refletir práticas comuns nas estratégias de cobrança, mas pode variar de acordo com o credor.
Relação Entre Dívidas e Apostas
Outro estudo da Serasa revelou que 46% dos inadimplentes entrevistados já realizaram apostas ao menos uma vez. Entre esses, o principal motivo foi tentar ganhar dinheiro rapidamente para quitar dívidas ou realizar compras (29%). Outros apontaram o desejo de uma renda extra (27%) ou diversão (18%).
A pesquisa foi realizada entre 12 e 18 de outubro, com 4.463 consumidores de todas as regiões do país, acima de 18 anos e cadastrados na base da Serasa. A margem de erro é de 1,4 ponto percentual, com intervalo de confiança de 95%.
Thiago Ramos, especialista em educação financeira da Serasa, destaca a importância da educação financeira no país:
“A falta de educação financeira é um dos fatores que influenciam decisões como apostar para resolver problemas financeiros. Esse tema ainda não faz parte da grade de ensino público e, em muitos casos, nem das escolas particulares.”