A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta sexta-feira (28), a Operação Chiusura, visando desmantelar uma organização criminosa especializada em tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Em Maceió, foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão relacionados a traficantes oriundos de Goiás que se estabeleceram na capital alagoana.
As investigações revelaram uma estrutura criminosa altamente organizada, dividida em núcleos operando de forma coordenada no Distrito Federal e em diversos estados, incluindo Goiás, Rondônia, Mato Grosso do Sul e regiões do Nordeste. O grupo adquiria drogas em áreas fronteiriças, assegurava o transporte seguro dos entorpecentes e distribuía as substâncias no DF e em outros estados, além de realizar complexas operações de lavagem de dinheiro.
Nesta fase ostensiva, a operação encerra cerca de um ano e meio de investigação com o cumprimento de 19 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão. Aproximadamente 50 desses mandados foram executados no Distrito Federal, abrangendo regiões como Planaltina, Sobradinho, Ceilândia, Paranoá, Gama, Guará, Taguatinga e São Sebastião. Outros mandados foram cumpridos em cidades como Campo Grande (MS), São José (SC), Várzea Grande (MT), Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Luziânia, Formosa e Águas Lindas (GO), Parnamirim e Tibau do Sul (RN), além de Maceió (AL).
A PCDF informou que traficantes provenientes de Goiás, atualmente radicados em Maceió, mantêm associação criminosa com um traficante internacional natural de Campo Grande (MS), identificado como líder local de uma facção criminosa paulista. Esse indivíduo está preso na Bolívia desde 2023, quando foi capturado com granadas de uso restrito e uma aeronave carregada com cocaína. A organização criminosa comandada por esses indivíduos é responsável pelo fornecimento de entorpecentes ao Distrito Federal, incluindo um episódio em que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, em fevereiro de 2024, um carregamento de Skunk no município de Ariquemes (RO).
Integrantes da organização criminosa vinculados ao núcleo do Distrito Federal já haviam sido presos em fases anteriores da investigação, no contexto de operações deflagradas pelas delegacias circunscricionais da 31ª e da 6ª DP, que resultaram na apreensão de expressivas quantidades de maconha e cocaína. A partir dessas prisões, foi possível identificar as lideranças locais da facção, que vinham utilizando, de forma reiterada e estruturada, contas bancárias pertencentes a duas pessoas jurídicas distintas como meio de dissimular e movimentar os valores provenientes do tráfico de entorpecentes.
As investigações também indicam que familiares do traficante conhecido pelo codinome “Especialista”, residente em Mato Grosso do Sul, são utilizados como testas de ferro, figurando como beneficiários de valores provenientes de traficantes do Distrito Federal e do chamado Núcleo Nordeste. Um desses familiares, identificado como suplente de vereador na cidade de Campo Grande (MS), ficou fora de circulação por aproximadamente dois meses.