Escolha rompe tradição e reafirma devoção mariana do pontífice
O Papa Francisco foi sepultado neste sábado (26), na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, em uma cerimônia reservada para familiares e membros próximos do clero. A escolha do local e a simplicidade do sepultamento marcaram o último gesto de um pontificado que, desde o início, buscou romper protocolos e aproximar a Igreja dos fiéis.
A cerimônia, presidida pelo cardeal camerlengo Kevin Farrell, aconteceu diante do ícone da Virgem “Salus Populi Romani”, objeto de profunda devoção de Francisco. Durante o momento, crianças depositaram flores brancas no altar, reforçando o tom íntimo e afetuoso do rito.
A sepultura, situada entre a Capela Paulina e a Capela Sforza, é de mármore branco da Ligúria, terra dos antepassados do pontífice. Simples, a lápide traz apenas a inscrição “Franciscus” e uma reprodução em prata de sua cruz peitoral. A partir deste domingo (27), o túmulo será aberto para visitação pública.
Ao optar por ser sepultado fora das Grutas Vaticanas, onde tradicionalmente descansam os papas, Francisco quebrou uma tradição centenária. A decisão, revelada em seu testamento, reflete sua forte devoção mariana e o desejo de permanecer próximo dos fiéis, mesmo após sua morte.
Especialistas destacam que a escolha reforça a marca de seu pontificado: a busca por uma Igreja mais simples, acolhedora e menos apegada a formalismos históricos.
“É uma mensagem clara. Francisco quis, até no sepultamento, reafirmar o espírito de serviço e humildade que caracterizou toda a sua vida”, avalia o historiador e vaticanista Marco Bernardini.
O sepultamento de Francisco encerra um capítulo significativo da história da Igreja, mas seu legado, baseado na simplicidade, no diálogo e na fé popular, permanece como inspiração para milhões de católicos em todo o mundo.