A eleição de um novo papa, teoricamente protegida de influências externas, enfrenta na prática campanhas informais e rumores de interferência. Embora os 133 cardeais eleitores estejam isolados na Capela Sistina, sem acesso a mídias ou internet, especulações e articulações ocorrem nos bastidores.
Neste conclave, surgiram rumores sobre o presidente francês Emmanuel Macron tentar influenciar cardeais compatriotas, embora sem evidências concretas. Além disso, uma imagem gerada por inteligência artificial mostrando Donald Trump como papa foi compartilhada pela Casa Branca no Instagram, o que ele negou ter relação.
Historicamente, o papado sempre teve relevância geopolítica, com monarquias europeias exercendo o “jus exclusivae” para vetar candidatos até o início do século XX. Atualmente, embora campanhas oficiais sejam proibidas, é comum que cardeais fortaleçam suas imagens por meio de publicações e entrevistas. No conclave de 2013, por exemplo, o arcebispo de Milão, Angelo Scola, era considerado favorito, mas sua visibilidade excessiva gerou resistência, resultando na eleição do argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco.
O processo de escolha do novo pontífice continua a ser um equilíbrio entre tradição, influências internas e externas, refletindo as diversas correntes dentro da Igreja Católica.