Publicada em 14 de junho de 2025, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), com apoio do CNPq, investiu em um estudo que avalia práticas agrícolas sustentáveis no cultivo de milho em Alagoas.
Contexto e objetivos do projeto
Desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente da UFAL e concluído em fevereiro de 2025, o estudo — intitulado “Plantas de cobertura afetando a qualidade do solo e a dinâmica do fósforo em sistema de semeadura direta do milho” — foi financiado pelo edital para Fixação de Jovens Doutores. O objetivo foi analisar, ao longo de dois anos, como diferentes plantas de cobertura influenciam a saúde do solo e a disponibilidade de fósforo no sistema de plantio direto.
Metodologia e equipe
A pesquisa foi conduzida pela doutoranda Dayane Ribeiro, sob a coordenação do professor Valdevan Rosendo. Evaluaram-se espécies de leguminosas e gramíneas cultivadas antes do milho, observando efeitos na fertilidade do solo, biomassa acumulada e teores de fósforo na palhada.
Principais resultados
Melhoria da qualidade do solo: as plantas de cobertura protegeram o solo contra erosão, aumentaram a matéria orgânica, estimularam a microbiota e melhoraram a ciclagem de nutrientes.
Aumento de biomassa e nutrientes na palhada: observou-se maior acúmulo de resíduos vegetais com nutrientes, favorecendo o milho seguinte.
Redução da necessidade de fertilizantes: o sistema conservacionista diminuiu a necessidade de insumos, além de reduzir erosão e compactação do solo, e melhorar a retenção de água.
Destaque para a crotalária juncea: essa espécie se sobressaiu pela alta produção de biomassa e aporte gradual de fósforo, beneficiando o desenvolvimento do milho.
Benefícios e adoção na prática
Rosendo destacou que muitos agricultores em Alagoas já estão aplicando essas técnicas, adotando plantio direto com cobertura vegetal como alternativa sustentável ao manejo convencional com aração e gradagem, que degrada o solo.
Perspectivas futuras
O apoio pelo Programa Jovens Doutores facilitou colaborações com instituições como a ESALQ/USP, intercâmbio de mestrandos e acesso a análises avançadas. Isso impulsionou a produção acadêmica e consolidou novas parcerias.
Tanto Ribeiro quanto Rosendo reforçaram a importância de continuar investindo em ciência aplicada para fortalecer a agricultura local. Eles consideram que novas edições desse edital são essenciais para aprofundar essa linha de pesquisa e promover políticas públicas voltadas à inovação agrícola.