A população de três municípios de Alagoas que sobrevive com a escassez de água potável para consumo humano e animal está vivendo dias difíceis sem a ajuda que recebia da Operação Carro-Pipa, executada pelo Exército brasileiro e Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. O motivo é o desinteresse de pipeiros em participar da operação federal, que completa 26 anos de atuação este ano.
Água Branca, Inhapi e Palestina estão com a distribuição de água suspensa por esse motivo desde março, prejudicando mais de 4 mil pessoas que contavam com a entrega do produto na zona rural. A situação mais grave é de famílias que vivem em Palestina, foram cortadas do mapa da operação em outubro do ano passado. No município, 527 famílias tinham acesso ao suporte no abastecimento de água.
Em Alagoas, a operação atua em 30 municípios, segundo o Exército, beneficiando uma população de 117,7 mil pessoas. A distribuição de água potável é realizada em caminhões-pipa por 167 pipeiros contratados. O município de Traipu tem o maior número de contratos, 18 pipeiros no total, que atendem a uma população de 12,6 mil pessoas. Doze pipeiros fazem o transporte de água em Poço das Trincheiras e igual quantidade atende à população de Estrela de Alagoas. Com o decreto de emergência em função da estiagem, a Operação Carro-Pipa está sendo implantada no município de Senador Rui Palmeira.
Atualmente, a Operação Carro-Pipa abastece mais de 1.500.000 nordestinos em mais de 400 municípios, sendo essencial para comunidades rurais em situação de emergência. Para ter acesso à operação o município precisa decretar situação de emergência ou calamidade pública, que precisa ser reconhecida pelo governo federal. Diante do cenário de seca, eles são inseridos no programa e recebem o benefício da água. Um dos impactos da operação é que ela evita o êxodo rural.
O comando da operação explica que os processos foram revistos para facilitar o cadastramento dos pipeiros. Antes, eles tinham que se deslocar presencialmente para o credenciamento e sorteio, o que hoje é feito online, economizando tempo e recursos. Além disso, a prestação de contas digital foi implantada pelo sistema do Gov.br e, por fim, os contratos que eram quadrimestrais passaram para semestrais, melhorando a gestão administrativa da operação, segundo os militares.