Nesta semana, o Brasil foi novamente reconhecido como país livre do sarampo pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), após mais de dois anos sem casos de transmissão ativa da doença. Em Alagoas, o último caso foi registrado há três anos, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
O sarampo, causado por um vírus, é uma doença grave que pode ser fatal. Os principais sintomas incluem manchas vermelhas no corpo e febre alta, acompanhados de tosse seca, irritação nos olhos e sensação de mal-estar. A transmissão ocorre por vias respiratórias, por meio de tosse, espirro, fala e respiração, o que a torna altamente contagiosa.
A vacina tríplice viral, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), é a forma mais eficaz de prevenção. Ela protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, doenças altamente contagiosas que podem causar complicações sérias. Em Alagoas, a vacina é oferecida nos postos de saúde municipais dos 102 municípios do estado.
A imunização contra o sarampo deve ocorrer em duas doses: a primeira aos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses. Para adultos de 20 a 29 anos que ainda não foram imunizados, são recomendadas duas doses com intervalo de 30 dias. Já os adultos entre 30 e 59 anos precisam de apenas uma dose da vacina.
O secretário de Estado da Saúde de Alagoas, Gustavo Pontes de Miranda, reforçou a importância do engajamento contínuo na prevenção da doença. Ele ressaltou o marco que a recertificação representa para a saúde pública e o compromisso de Alagoas com a vacinação e campanhas de conscientização que ajudam a manter o sarampo erradicado.
“Esse é um momento histórico para a saúde do Brasil e do nosso Estado. A eliminação do sarampo reflete o esforço conjunto entre governos, profissionais de saúde e a população. Em Alagoas, reafirmamos nosso compromisso com a vacinação e campanhas educativas, essenciais para proteger nossa população”, destacou o secretário.
Recertificação
O sarampo, que já foi uma das principais causas de mortalidade infantil, foi controlado no Brasil através de políticas de vacinação rigorosas. O país obteve a certificação da Opas como área livre de sarampo pela primeira vez em 2016, mas a perdeu em 2019 após surtos em estados como Amazonas, Roraima e São Paulo, devido à queda nos índices de cobertura vacinal e ao aumento do fluxo migratório de países vizinhos.
Para reverter a situação, o Governo Federal intensificou campanhas de vacinação em áreas de fronteira e locais de difícil acesso. Também foram realizadas ações de busca ativa de casos suspeitos, o Dia S de combate ao sarampo, além de treinamentos em resposta rápida e cursos de manejo clínico pela UNASUS. Essas medidas fizeram parte do Plano de Ação do Ministério da Saúde, atualizado em 2024, para eliminar o sarampo e manter o controle da rubéola.
Com o fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a implementação do Movimento Nacional pela Vacinação em 2023, as ações de combate ao sarampo se intensificaram no país. Em novembro de 2023, o Brasil apresentou resultados sólidos e evidências das medidas implementadas pelos três níveis de governo, o que contribuiu para a recuperação da certificação como área livre de sarampo pela Opas.