A Polícia Civil de Alagoas detalhou, em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (8), as principais contradições nos depoimentos prestados por Eduarda Silva de Oliveira, mãe da bebê Ana Beatriz, desaparecida desde o dia 2 de abril, no município de Novo Lino. De acordo com os investigadores, a jovem apresentou pelo menos cinco versões diferentes sobre o que teria acontecido com a filha, o que levanta suspeitas e dificulta o andamento da investigação.
Na primeira declaração à polícia, Eduarda afirmou que estava com a filha em um ponto de ônibus quando foi abordada por quatro homens armados em um carro preto, que teriam sequestrado a criança. Contudo, imagens de câmeras de segurança próximas e relatos de testemunhas contradisseram essa versão, pois não havia registro de veículo suspeito na região, tampouco movimentação incomum.
Confrontada com essas informações, Eduarda alterou o relato, alegando que dois homens a pé teriam cometido o sequestro. Na sequência, apresentou outra mudança, afirmando que os homens portavam uma faca. Depois, disse que eles estavam desarmados. Por fim, na quinta versão apresentada, afirmou que dois criminosos encapuzados invadiram sua residência, a agrediram sexualmente e levaram a bebê.
Diante das constantes mudanças no depoimento, a Polícia Civil trabalha com duas hipóteses principais: a de que a bebê esteja viva e tenha sido entregue a terceiros, ou a de que a criança esteja morta, sendo necessário localizar o corpo e entender as circunstâncias do possível crime.
A delegada Ana Luíza Nogueira, que coordena as investigações, afirmou que o caso está sendo tratado com cautela e sensibilidade. Segundo ela, a mãe da bebê passa por avaliação médica e está sendo acompanhada por familiares e por uma equipe de saúde. A defesa de Eduarda, por sua vez, levanta a possibilidade de que ela esteja enfrentando um quadro de depressão pós-parto e nega qualquer intenção de prejudicar a criança.
Testemunhas afirmaram à polícia que não veem a bebê desde a quinta-feira anterior ao desaparecimento. A criança, de apenas 1 mês e 18 dias, estaria apresentando cólicas nos dias anteriores. Até o momento, as buscas continuam e novas diligências estão sendo realizadas para esclarecer o paradeiro de Ana Beatriz e elucidar os fatos.