As transferências de renda através do Bolsa Família tiveram um aumento significativo este ano, atingindo R$ 168 bilhões, um aumento de 35,2% em comparação com os R$ 124,2 bilhões resultantes da soma do auxílio emergencial e do Auxílio Brasil no ano anterior, em valores de 2023.
O volume do Bolsa Família deste ano supera significativamente , em 317% a média do programa nos quatro anos anteriores à pandemia, que era de R$ 40,3 bilhões, também ajustados para preços de 2023. Esse aumento nas transferências de renda é considerado um dos canais pelos quais os gastos públicos têm injetado demanda na economia, de acordo com a consultoria de Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central, em um relatório.
Em 2020, com a substituição do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil pelo governo Bolsonaro, que começou a ser pago em novembro de 2021, atendendo a um número maior de famílias, o Auxílio Brasil ficou em R$ 120 bilhões no ano passado, com um pagamento adicional de R$ 4,2 bilhões referente ao auxílio emergencial.
Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, o programa de transferência de renda voltou a se chamar Bolsa Família, atendendo a 21,1 milhões de famílias em dezembro deste ano, segundo a Secretaria de Comunicação Social do governo federal.
Ao comentar o expressivo aumento das transferências de renda neste ano, a economista-chefe da AC Pastore, Paula Magalhães, destaca os valores extras pagos a crianças e adolescentes, ressaltando que essas transferências exercem um impulso fiscal importante.
Para 2023, a expectativa da consultoria é que o total do Bolsa Família fique próximo ao valor deste ano. A estimativa é que o consumo das famílias cresça 3,4% em 2023, superando a expansão projetada para o PIB, que é de 3,1%. Para 2024, a previsão é que o consumo das famílias avance 2,3%, novamente acima da variação do PIB, com a consultoria apostando em um crescimento da economia de 1,7% em 2024.
O Essencial