CASO BRASKEM

Cresce a pressão por instalação da CPI da Braskem no Senado

Com o término do recesso legislativo nesta segunda-feira (5), os senadores continuam em um impasse sobre os próximos passos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, que inicia o ano sem um relator definido. Este dilema ameaça dividir a base aliada do governo no Senado e pode adicionar mais tensão à já desgastada relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é contra a formação da comissão.

Na semana passada, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez uma cobrança pública para o funcionamento da CPI, intensificando a pressão após um relatório da Agência Nacional de Mineração (ANM) revelar que as minas para extração de sal-gema em Maceió continuam sem monitoramento adequado, com risco de novos colapsos.

Renan expressou sua preocupação nas redes sociais, destacando a gravidade do parecer da ANM e questionando se ainda havia argumentos contra a CPI. Nos bastidores, ele busca assumir a relatoria da comissão, mas enfrenta resistência até mesmo entre membros da base aliada.

Há defensores de Rogério Carvalho (PT-SE) para a função, incluindo membros de partidos como PT e PSD. Alguns membros da base argumentam, em caráter reservado, que a insistência de Renan em ocupar o cargo pode prejudicar os trabalhos da CPI. Enquanto isso, aliados de Renan defendem seu direito à relatoria, destacando sua participação como um dos autores do colegiado.

O vice-líder do governo no Senado, Jorge Kajuru (PSB-GO), propõe ceder a vice-presidência da CPI a Renan, mas o senador alagoano não se mostra entusiasmado com essa ideia. Apesar do impasse, Kajuru assegura que os trabalhos da CPI começarão no dia 20 deste mês.

A decisão final sobre a relatoria ficará a cargo do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que indicou que a deliberação ocorrerá após o feriado de carnaval. Aziz nega a existência de um movimento para evitar que Renan assuma a relatoria, enfatizando que as conversas ainda estão em andamento. Aziz e Renan já trabalharam juntos na CPI da covid-19, o que pode ser um fator favorável para o senador alagoano ocupar o cargo na CPI da Braskem.

O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), ligado a Arthur Lira, é um dos principais opositores de Renan, manifestando sua contrariedade devido a um suposto conflito de interesses. No ano passado, o líder do PSD, Otto Alencar (BA), também se opôs à ideia de um alagoano ocupar a relatoria. Questionado sobre um possível impasse, Alencar destacou que a decisão cabe a Omar Aziz. (Com Valor)

Extra Alagoas


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