Após duras críticas à proposta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu segurar a votação do mérito do projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.
O regime de urgência da matéria foi aprovado na quarta-feira (12/6) em votação simbólica relâmpago. Com isso, o projeto poderá ser votado diretamente no plenário da Câmara, sem precisar passar pelas comissões.
Lira, entretanto, avisou a interlocutores e deputados que pretende esperar a poeira baixar para marcar a votação do mérito da proposta. A ideia é discutir o texto nas próximas semanas para rebater as críticas.
Como parte dessa estratégia, o presidente da Câmara também avisou que vai escolher como relatora do projeto uma deputada de um partido de centro, que esteja fora do circuito de polêmicas entre bolsonaristas e petistas.
Lira já comunicou a decisão ao deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor da proposta. Sóstenes prevê que Lira vai segurar a votação durante pelo menos duas semanas, o que pode jogar a análise da matéria para julho.
Isso porque, em junho, a Câmara deverá ter apenas mais uma semana de votação. Entre os dias 24 e 28, a Casa deve funcionar em ritmo lento, devido às festas juninas e a um fórum jurídico em Lisboa com a participação de Lira.