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Gusttavo Lima promete abrir mão dos shows milionários pagos por prefeituras

O cantor sertanejo Gusttavo Lima fez uma promessa interessante durante uma live realizada em Miami para se defender das acusações da operação Integration, realizada pela Polícia Civil de Pernambuco, e que o colocou no centro das investigações de crimes por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O embaixador, como é conhecido, afirmou que não deve realizar mais os milionários shows para prefeituras. A informação é do jornalista Xico Sá, do portal ICL Notícias. O jornalista lembrou que em alguns shows, como o do São João de Maceió deste ano, o artista chegou a promover um cassino a céu aberto, em uma ação publicitária da empresa Vai de Bet. Girando a roleta com algumas pessoas escolhidas na plateia, Gusttavo Lima exaltou as “vantagens” da jogatina para os brasileiros. A apresentação custou R$ 1,2 milhão ao contribuinte alagoano, segundo Xico Sá.

Levantamento exclusivo feito pelo ICL Notícias revelou que somente em 2024, o garoto-propaganda do vício em apostas faturou R$ 12,3 milhões em onze shows pagos por prefeituras, na maioria cidades pequenas e médias. “Para isso os prefeitos usam boa parte do orçamento municipal, algo que pode comprometer outras iniciativas culturais e até o serviço em áreas como saúde e educação”, afirmou.

O portal fez uma retrospectiva sobre a polêmica dos shows milionários, que começou com o ataque de cantores sertanejos à Lei Rouanet, em 2022.

O cantor Zé Neto (da dupla com Cristiano), em um show na cidade de Sorriso, no Mato Grosso, fez um discurso sobre o tema, com direito a comentários moralistas a respeito da cantora Anitta: “A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou mal. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente”, lembrou o jornalista.

O showmício de Zé Neto, bolsonarista declarado, contra a tatuagem de Anitta e a “corrupção”, acabou despertando o Ministério Público, em vários Estados do Brasil, para saber quem pagava os shows dos cantores sertanejos.

“Não deu outra. Revelou-se um festival de hipocrisia da turma que se gabava de não explorar as verbas oficiais”, comenta.

O primeiro escândalo foi descoberto em Roraima. Segundo Xico Sá, a prefeitura de São Luiz, município com 8.232 habitantes, contratou o cantor Gusttavo Lima por R$ 800 mil. Depois de muita polêmica e investigação do MP, o mesmo cantor teve um contrato de R$ 1,2 milhão cancelado em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais.

Em Alagoas, o MP pediu cancelamento de uma apresentação do ídolo popular Wesley Safadão que levaria R$ 600 mil da prefeitura de Viçosa. No entendimento dos procuradores, esse gasto com as festas não deveria ultrapassar o limite de R$ 100 mil.

A crítica de Zé Neto sobre a Anitta provocou o cancelamento de pelo menos 40 shows, a maioria da turma dos amigos dele. “Depois do chororô, no entanto, Gusttavo Lima e os seus chapas seguiram com os contratos milionários pagos com dinheiro público”.


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