Política

Rusgas entre Lira e Calheiros atrasam negociações de Lula com Centrão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria encomendado um diagnóstico minucioso a seus auxiliares sobre o possível impacto da chegada de novos aliados do Centrão em ministérios e estatais. A medida é uma precaução para evitar o inchaço da base governista com adversários locais, o que poderia resultar em instabilidade no grupo político. A questão também envolve a possibilidade de insatisfação e até mesmo a saída de aliados mais antigos, um efeito colateral que o chefe de Estado deseja evitar a todo custo.

As informações foram publicadas no domingo, 23, pela Revista Veja. A atual administração enfrenta desafios semelhantes, como no caso do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que é adversário político do senador Renan Calheiros em Alagoas, um parceiro de longa data do presidente Lula. Com a necessidade de contar com ambos os líderes no Congresso, o Palácio do Planalto tem adotado uma postura cautelosa para não desagradar nenhum dos lados.

Esse não é um caso isolado, já que outras situações similares têm sido identificadas. Recentemente, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, enfrentou um pedido de demissão do Centrão e, como medida para amenizar os conflitos políticos locais, buscou uma aproximação com o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento, seu oponente na política baiana. Parece que os dois políticos conseguiram selar um acordo de paz, com o partido e o deputado se aproximando cada vez mais do governo.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que faz parte da equipe encarregada de mapear as consequências da aliança com o Centrão, comentou sobre a complexidade da situação: “Eu quero conversar com o Arthur Lira, mas eu tenho que conversar com o Renan. É um exemplo que ficou bem patente. Não é achar que está resolvido, porque pode ganhar de um lado e perder do outro. Em cada região, qual é o efeito colateral? Se você não conversar com os dois lados, às vezes ganha um e às vezes perde dois.”

Embora o governo esteja ciente de que não receberá apoio formal do PP e do Republicanos, acredita-se que, caso a aliança com o Centrão seja concretizada, sua base na Câmara dos Deputados pelo menos dobrará de tamanho, alcançando, na previsão mais conservadora, 280 deputados dos 513 totais.Rusgas entre Lira e Calheiros atrasam negociações de Lula com Centrão.

Fonte: Extra Alagoas


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